O
Leitor se posiciona no centro da nave, diante do icone central, e
segurando uma vela para iluminar a sua leitura, da inicio a leitura dos
Salmos. Durante a leitura dos Seis Salmos as velas e demais focos de luz da igreja devem ser apagados. Significado :
O
cair da escuridão simboliza a noite escura, quando Cristo veio à
terra, quando o anjo cantou o hino de louvor: "Glória a Deus nas
alturas".
A penumbra da igreja nos ajuda a orar mais intensamente. Os Seis Salmos abrangem toda a gama de experiências humanas que iluminam o Novo Testamento e a vida cristã, por justamente iluminarem o doloroso caminho que ao fim conduz a verdadeira alegria. |
Na metade dos Seis Salmos , o salmo 87, o mais triste dos seis lidos, é preenchido de uma terrível amargura.
Quando então este salmo é lido, o sacerdote deixa o altar e se porta diante das Portas Reais, e em silencio ler as orações da luz, que ele já estava lendo no altar diante da Mesa Santa. Neste momento, o sacerdote simboliza Cristo, que, depois de ouvir o sofrimento da humanidade decaída, não só desce para a humanidade, mas mesmo compartilha o seu sofrimento até o fim. O salmo lido neste momento, fala deste tema. |
Estas orações lidas pelo sacerdote silenciosamente contêm orações por todos os fieis, para que sejam perdoados os seus pecados, para que lhes seja dada a verdadeira fé e amor sincero, para que todas as suas obras sejam abençoadas, para que todos possam ser dignos do Reino Celestial |
Orações da luz 1ª. Senhor, cheio de compaixão e de misericórdia, lento na cólera e rico em piedade, escuta a nossa oração e sê atento à voz da nossa súplica. Sê bom para conosco, conduz-nos pelos Teus caminhos, a fim de que caminhemos em Tua verdade. Rejubila nosso coração no temor de Teu Santo Nome, pois Tu és grande e fazes maravilhas. Só Tu és Deus e ninguém dentre os seres divinos é igual a Ti, Senhor, poderoso em misericórdia e bom na força para socorrer, consolar e salvar aqueles que esperam em Teu Santo Nome. Pois a Ti pertence toda a Glória, toda a Honra e toda a Adoração, Pai, + Filho e Espírito Santo, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 2ª. Senhor, não nos castigues em Tua ira nem nos censures em Teu furor. Age para conosco segundo a Tua bondade, ó médico que curas as nossas almas. Conduz-nos ao porto da Tua bondade e ilumina os olhos de nosso coração, para que conheçamos a Tua verdade. Concede-nos que passemos o resto deste dia e de toda a nossa vida em paz e sem pecado, pelas oraç ões da Santa Mãe de Deus e de todos os Santos. Pois a Ti pertence a Forç a, o Reino, o Poder e a Glória, Pai + Filho e Espírito Santo, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 3ª. Senhor, nosso Deus, lembra-Te de nós, Teus servos, pecadores e inúteis. Sempre que invocamos o Teu Santo Nome, não nos confundas na esperança da Tua misericórdia, mas concede-nos, Senhor, todos os bens que pedimos para a nossa salvação. Torna-nos dignos de Te amarmos de todo o nosso coraçã o, de Te temermos e de fazermos sempre a Tua vontade. Pois Tu és um Deus bom e amigo do homem, e a Ti rendemos glória, Pai, + Filho e Espírito Santo, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! |
4ª. Senhor, a Quem celebram os hinos incessantes e os cânticos de glória contínuos dos Poderes celestes, enche os nossos lábios do Teu louvor para que enalteçamos o Teu Santo Nome e faz-nos participar na herança eterna com todos aqueles que Te temem na verdade e guardam os Teus mandamentos, pelas orações da Santa Mãe de Deus e de todos os Santos. Pois a Ti pertence toda a Glória, toda a Honra e toda Adoração, Pai, + Filho e Espírito Santo, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 5ª . Senhor, que em Tuas mãos imaculadas conténs todas as coisas, que és magnânimo para com todos nós, que lamentas as nossas iniqüidades, lembra-Te da Tua compaixão e piedade e protege-nos segundo a Tua bondade. Concede também a graça de escaparmos, neste dia, às maquinações de toda espécie do Maligno e preserva-nos de todas as ciladas, pela graça do Teu Espírito Santo. Pela misericórdia e amor pelo homem de Teu Filho único, com o qual és bendito, bem como do Teu Espírito Santo, bom e vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 6ª. Ó Deus infinitamente grande e admirável, que, na Tua providência, governas todas as coisas com uma bondade incompreensível, que nos destes os bens temporais e, pelos bens já concedidos, um penhor do Reino prometido, Tu que, durante este dia, nos concedeste evitássemos todo o mal, faz que vivamos fora do pecado o resto da nossa vida, em presença da Tua Santa Glória, e cantemos o Único Deus, bom e amigo do homem. Pois Tu és o nosso Deus e nós Te damos Glória, Pai, + Filho e Espírito Santo, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 7ª. Ó Deus grande e sublime, o Único Imortal, que habitas na Luz inacessível, que criaste o Universo com sabedoria, que separaste a luz das trevas, que estabeleceste o Sol para presidir ao dia, a Lua e as estrelas para presidirem à noite, que nos julgaste dignos, ainda que pecadores, de nos apresentarmos, nesta hora, diante da Tua Face, para Te louvarmos e oferecermos o hino vespertino, Tu mesmo, ó Amigo do homem, faz que a nossa oração se eleve a Ti como o incenso e recebe-a como um perfume de suavidade espiritual. Concede-nos que passemos, na paz, esta tarde e a noite que se aproxima, reveste-nos com as armas da luz, livra-nos dos terrores noturnos que se propagam nas trevas e faz que o sono que nos concedes para refazermos as nossas forças seja isento de toda a inspiração diabólica. Sim, Mestre, primogênito de todas as criaturas e dispensador de todos os bens, faz que, penetrados de arrependimento, nos nossos leitos, nos lembremos do Teu Nome e, guiados pelos Teus mandamentos, nos levantemos com a alegria no coração para glorificarmos a Tua bondade e suplicarmos a Tua misericórdia para as nossas próprias faltas e para os erros do Teu Povo que Te pedimos protejas, pelas orações da Santa Mãe de Deus. Pois Tu és um Deus bom e amigo do homem e a Ti rendemos glória, Pai, + Filho e Espírito Santo, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! |
O kathisma da Ressurreição, durante a vigília busca conduzir os fiéis para a parte central e mais festiva do oficio, para o polyeleos. O Polyeleios "Louvai o nome do Senhor... Aleluia". Estas e as demais palavras entoadas no Polyeleios são tiradas dos Salmos 134 e 135 e são introduzidas na parte mais festiva do Serviço da Vigília da Ressurreição. Significado : O Polyeleos celebra a ressurreição de Cristo. A palavra πολυελεοσ ( polyeleos) vem de duas palavras gregas que significam "grande em benignidade". O ponto crucial e fulcral do polyeleos repousa no cantico "Louvai o nome do Senhor", com cada verso dos Salmos seguido pelo refrão "e a sua benignidade é eterna." Neste refrão, o Senhor é glorificado pelas misericórdias abundantes que Ele derrama sobre o homem, sendo a maior dessas misericordias a salvação e redenção do homem. |
No polyeleos, as Portas Reais são abertas, e toda a igreja é iluminada, |
O clero sai do altar e incensa toda a igreja. Através destas ações litúrgicas, testemunhamos os acontecimentos da Ressurreição. |
Na abertura das Portas Reais , vislumbramos como Cristo ressuscitou do sepulcro, e na procissão do clero do altar para o centro da igreja, vemos como Ele apareceu novamente entre os Seus discípulos. |
Enquanto isso está acontecendo, o salmo: "Louvai o Nome do Senhor" (Salmo 134:3), continua a ser cantado, juntamente com o refrão angelical, "Aleluia" (Louvado seja o Senhor). |
Aqui temos o coro agindo em nome dos anjos, chamando os fiéis para louvar o Senhor ressuscitado. O canto "grande em benignidade" durante os polyeleos, demonstra de forma marcante a misericórdia de Deus. É especialmente adequado durante esta parte do oficio, cada fiel louvar o Seu Nome e agradecer a Ele por Sua misericórdia. Quando do tempo de preparação para a Grande Quaresma, o curto Salmo 136 é adicionado entre os versos do Salmo 134 e 135 que constituem os polyeleos. |
O Salmo 136 começa com as palavras "pelas águas da Babilônia" e fala do sofrimento do povo hebreu no cativeiro babilônico e da sua dor pela perda de sua terra natal. Ele é cantado durante as várias semanas antes da Grande Quaresma, para que nós, como os hebreus que se lutaram para se libertar do cativeiro babilônico e retornar à sua pátria, a Terra Prometida, os cristãos que são o Novo Israel, possam então agora se esforçar em arrependimento e abstinência, para ingressar em seu lar espiritual, o Reino de Deus. |
O Clero em procissão, parte do centro da igreja, e retornando ao Santuario, incensa o Altar, ao sair dele incensa o iconostásio e os cantores do coro. |
Do ambão, o povo é incensado |
Incensado tanto os postados a direita quanto a esquerda da nave, e então a procissão desce novamente |
Então toda a nave é incensada, e tendo o Diácono a frente com a vela, o Presbitero caminha com o turíbulo |
Os fiéis devem deixar os cantos coim os ícones liberados, para que os ícones sejam incensados. O Díacono a frente simboliza o Precursor, São João Batista, que precede o Cristo, simbolizado pelo Presbitero. Os acólitos neste momento, simbolizam os anjos, que nunca deixam de ladear o Senhor. |
Durante as festas do Senhor e da Deípara, bem como em dias comemorativos de santos especialmente venerados por uma comunidade, o polyeleos é seguido por uma ampliação, um verso curto de loas para a festa ou para o santo do dia.
Neste momento, o clero, diante do ícone festivo no centro da igreja, canta estes versos extras, e enquanto a igreja inteira é incensada, o coro repete o mesmo texto várias vezes. |
O Presbitero entrega o incenso ao Diácono,, e este incensa o Presbítero. |
Os anjos foram os primeiros a saber da ressurreição de Cristo e a dizer a Boa Nova as pessoas.
Assim, o polyeleos começa com os anjos cantando: "Louvai o nome do Senhor." Depois dos anjos, foram as mulheres portadoras de mirra (pois de acordo com o antigo costume hebraico, foram ao sepulcro de Cristo para ungir seu corpo com mirra, um óleo aromático) que souberam da notícia da ressurreição. Assim, o canto do Aleluia angelical é seguido pelo tropario da ressurreição que narra a visita das miróforas. |
Cada tropario é precedido pelas palavras, "Bendito és Tu, ó Senhor, ensina-me os teus mandamentos." Por último, temos a notícia da ressurreição dada aos apóstolos. Neste momento da história do Evangelho é comemorado com a leitura do Evangelho da Ressurreição, a parte central do Serviço de Vigilia. Várias doxologias preliminares e orações precedem a leitura do Evangelho. |
Assim, após o tropário da Ressurreição e de uma Pequena Litania , os versos especiais conhecidos como prokimenos. |
A razão para esta longa preparação dos fiéis para a leitura do Evangelho é que o Evangelho continua a ser um livro "lacrado" e uma "pedra de tropeço" para aqueles entre os fiéis que a Igreja ainda não ensinou o entendimento e a aceitação correta dele. Os Santos Padres ensinam que um cristão deve orar primeiro para tirar o máximo proveito espiritual da leitura da Sagrada Escritura. Esta preparação introdutório e orante para a leitura do Evangelho na Vigília tem esse propósito. |
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